Sudeste sob alerta: semana por intensa onda de calor, temperaturas próximas dos 40°C e redução das chuvas

Mesmo ainda com uma atmosfera quente e úmida, algo comum durante o verão, as chuvas têm ocorrido de maneira bastante irregular e mal distribuída sobre o Sudeste, uma consequência ainda do fenômeno El Niño que segue perdendo intensidade. Ao que tudo indica, o aquecimento anômalo das águas superficiais do Pacífico Equatorial está com as semanas contadas para o seu fim.

Apesar das irregularidades, alguns eventos extremos têm chamado a atenção no Sudeste neste mês de março, quando chuvas torrenciais e tempestades com ventos, trovoadas e raios têm sido registradas, gerando transtornos, prejuízos e infelizmente até mortes.

Nos últimos 2 dias, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), foram registrados cerca de 74 milímetros em Carmo, na região serrana do Rio de Janeiro, cerca de 59 milímetros em Caldas, no sul de Minas Gerais, 53 milímetros em Sacramento, no Triângulo Mineiro e cerca de 47 milímetros em Registro, no litoral sul de São Paulo.

Apesar dos episódios de chuva, o calorão também tomou conta do Sudeste, gerando temperaturas acima da média mesmo para esta época do ano. Na tarde deste último domingo (10) foram registrados 37°C em Rancharia (SP), 36.1°C em Mantena (MG), 36°C em Itaobim (MG) e 35.9°C nas cidades de Marilândia (ES) e Valparaíso (SP). Foram as cinco cidades mais quentes até o momento.

Redução das chuvas

Para esses próximos dias ainda existem alertas de tempo severo no Sudeste, ou seja, condição de chuvas fortes e também volumosas, as quais podem gerar transtornos e prejuízos relacionados a alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra.

No entanto, vale ressaltar que isso ocorrerá de maneira bastante localizada entre o Espírito Santo e o nordeste de Minas Gerais, em que são esperados volumes em torno de 90 milímetros devido a canalização da umidade sendo feita por uma área de baixa pressão atmosférica no oceano Atlântico. Outro ponto crucial é que essa chuva está prevista para cair principalmente até meados da semana, e depois virá a trégua.

Por outro lado, os próximos dias serão marcados por uma redução expressiva das chuvas na maior parte do Sudeste, em especialmente sobre São Paulo e a metade sul de Minas Gerais. Algumas várias cidades podem sim ficar com o tempo completamente seco e ensolarado, enquanto que muitas outras ainda poderão registrar chuvas isoladas, rápidas e com volume de chuva menos elevado.

Ainda de maneira isolada, existe alerta para eventos extremos no Vale do Paraíba, o que inclui o litoral norte paulista nos próximos dias, não se descartando transtornos e estragos, porém, na maior parte das cidades da região, a condição será de sol entre nuvens e tempo bastante quente e abafado.

Bloqueio atmosférico gera intensa onda de calor

Com a redução das chuvas em quase todo o Sudeste devido a um padrão de bloqueio atmosférico, o calor é que ganha destaque, isso porque será uma intensa onda de calor que pode perdurar por pelo menos 10 a 15 dias no Sudeste. Logo nesta semana já são esperadas temperaturas máximas, registradas à tarde, em torno de 40°C no interior paulista e cidades do Triângulo Mineiro. Ao que tudo indica, desvios entre 3 e 6°C podem ser registrados nos próximos dias.

A onda de calor chega ao centro-sul do país de maneira intensa e também bastante abrangente após um bloqueio atmosférico se formar e impedir a chegada de novas frentes frias por enquanto. Os sistemas até se formam, mas quando chegam à altura do Uruguai são empurrados para o mar, o que vai garantir o tempo seco e muito no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, isso pelo menos até o 18 de maio.

A grande preocupação vem com a consistência dessa intensa onda de calor que tende a durar mais tempo no Sudeste, em que temperaturas bastante elevadas e próximas aos 40°C em muitas cidades podem ser registradas pelo menos até o dia 25 de março. Essa onda vai persistir sobre a maior parte do estado paulista e também no Rio de Janeiro, o que mantém o alerta quanto à saúde humana e animal, e também quanto à saúde das plantas.

Essa intensa onda de calor fará com que o mês de março seja mais um período com temperaturas acima do normal, algo que por enquanto não terá fim, pois as simulações climáticas ainda apostam em um abril também mais quente que o normal, mesmo que uma onda de calor não se configure como a de agora. Pelo jeito só daremos adeus ao calorão quando o La Niña de fato voltar!